Com cenário de desavenças e indefinições no PSDB, o MDB e o União Brasil começaram a discutir estratégia para evitar um adiamento na escolha de uma chapa de centro para a disputa presidencial deste ano.
Em encontros reservados promovidos nos últimos dias, dirigentes das duas siglas acordaram que não aceitarão que a definição fique para depois do dia 18 de maio e salientaram que, caso o PSDB não aceite a data acordada, pretendem adotar o discurso de que a legenda pode ser prejudicada na composição da candidatura presidencial.
Segundo relatos feitos à CNN por dirigentes dos partidos, o objetivo da estratégia é blindar as duas siglas e definir que, independentemente da decisão do PSDB, elas estarão juntas na disputa presidencial.
Nesta terça-feira (19), os pré-candidatos do MDB, Simone Tebet, e do União Brasil, Luciano Bivar, almoçaram juntos para discutir o atual cenário político. Os presidentes do MDB, União Brasil, PSDB e Cidadania devem se reunir na próxima segunda-feira (25) para discutir os prazos de definição da chapa eleitoral.
No PSDB, o ex-governador de São Paulo João Doria tem defendido que as prévias partidárias da legenda sejam respeitadas e que, portanto, o tucano tenha sua candidatura lançada ao Palácio do Planalto.
O temor de integrantes da frente de centro é de que, diante da insistência de Doria, a terceira via possa virar uma bifurcação entre duas candidaturas: uma com Simone Tebet e Luciano Bivar e outra com João Doria e Eliziane Gama, do Cidadania.
O bloco de centro tem avaliado quatro critérios para a escolha de um nome na disputa presidencial. Segundo o relato feito à CNN por dirigentes das quatro legendas, são avaliados hoje como fatores a intenção de voto, o índice de rejeição, o peso nacional e o histórico eleitoral.
Os dois primeiros critérios, segundo líderes de centro, serão apontados por pesquisas eleitorais, tanto públicas como internas, divulgadas até a segunda quinzena de maio. Os dois últimos fatores são baseados no peso eleitoral das siglas, ou seja, na sua capilaridade nacional com congressistas e prefeitos, e no histórico eleitoral de cada presidenciável, ou seja, o desempenho em pleitos passados.