O número de novos casos de Covid-19 já começam a desacelerar nos Estados Unidos, mas o país mais afetado pela pandemia agora sofre com uma escalada no número de mortes.
Os EUA registraram uma média de 603 mil novos infectados por dia nos últimos sete dias, uma queda de 25% em relação ao pico de 802 mil atingido no dia 15 (e bastante inferior ao recorde de 1,37 milhão de novos casos registrados no dia 10).
Mas a variante ômicron não tem se mostrado menos letal do que outras cepas do novo coronavirus, e a média móvel de mortes nos EUA, que já estava em trajetória de alta desde o fim de novembro, ganhou tração e superou os 2,3 mil óbitos na quarta-feira (26).
É o maior patamar desde 15 de fevereiro de 2021, há quase um ano, superando inclusive o pico de mortes causado pela variante delta, de 2,1 mil no fim de setembro (veja no gráfico abaixo).
Apesar da alta no número de mortes, ela ainda está abaixo do recorde atingido em 13 de janeiro de 2020 (3,4 mil) e as hospitalizações parecem ter atingido um platô, de cerca de 155 mil por dia, segundo o jornal “The New York Times”.
Os EUA são o país mais afetado do mundo pelo novo coronavírus, com 876 mil mortes e 72,9 milhões de casos confirmados desde o início da pandemia. Na sequência vêm o Brasil (624 mil óbitos e 24,5 milhões, respectivamente) e Índia (491 mil e 40,3 milhões).
O país também sofre com o problema da vacinação contra a Covid-19, pois uma grande parte da população ainda recusa a imunização — e as pesquisas têm mostrado que, apesar de as vacinas não evitarem o contágio do vírus, elas diminuem drasticamente o risco de um infectado morrer.
Cerca de 75% dos americanos já receberam ao menos uma dose dos imunizantes disponíveis e 63% estão completamente vacinados contra o vírus, um patamar inferior ao de países que começaram suas campanhas muito depois, como o Brasil (79% e 69%, respectivamente) ou o Japão (80% e 79%).
Alta das mortes no mundo
A alta no número de mortes causadas pela variante ômicron tem ocorrido não só nos EUA, mas em diversos países, como consequência da explosão no número de casos após as festas de Natal e Ano Novo.
A média diária de óbitos de Covid-19 em todo o mundo chegou a cair para 5,9 mil no dia 6, o menor patamar desde 25 de outubro de 2020, mas desde então voltou a subir e hoje está em 8,4 mil, o maior patamar em mais de quatro meses.
Apesar da alta nos óbitos, o atual patamar está muito abaixo do recorde da pandemia, registrado há praticamente um ano. E, com o avanço da vacinação, o número de vítimas da pandemia não tem crescido na mesma proporção da explosão no número de infectados (veja nos gráficos abaixo).
A média de novos casos atingiu um recorde de 3,4 milhões infectados por dia na segunda-feira (24), um número mais de 300% superior ao que o pico da onda anterior (em 25 de abril de 2021, o mundo registrou uma média de 827 mil novos casos por dia impulsionado pelas variantes delta na Índia e gama no Brasil).
Quatro dias depois, no dia 29, a média de mortes chegou a um pico de 13,9 mil, patamar próximo ao do recorde mundial que perdura até hoje (14,7 mil em 26 de janeiro do mesmo ano).
Há um ano, a vacinação contra a Covid-19 ainda engatinhava no mundo e os EUA e a Europa sofriam com a variante beta no auge do inverno no hemisfério norte. Hoje, 60% da população mundial já recebeu ao menos uma dose das vacinas disponíveis e 52% está completamente imunizada.