De acordo com dados da bolsa de valores oficial do Brasil, a B3, as vendas financiadas de veículos em 2021 somaram 5,9 milhões de unidades, entre novos e usados – incluindo motos, autos leves e pesados. O número representa crescimento de 6,8% em relação ao ano de 2020, e equivale a 375 mil unidades financiadas a mais. Os destaques de 2021 foram os segmentos de veículos pesados e de motos com crescimento de 18% e 17,6% respectivamente, na comparação com o ano anterior.
Já o segmento de veículos leves teve alta de 4%, em comparação com os financiamentos realizados em 2020. No total de vendas financiadas, os veículos usados foram o grande alvo das procuras, correspondendo a 70% do total. As vendas aumentaram 10,7% em relação a 2020. Segundo a B3, os automóveis leves e com maior tempo de uso tiveram a maior procura.
Embora no acumulado do ano o saldo tenha sido positivo, os dados do mês de dezembro de 2021 apontaram uma queda de 16,8% nas vendas financiadas de veículos, com as de automóveis leves recuando 22%. É o quarto mês consecutivo em que o setor apresenta queda. Apesar do declínio constante, o mercado enxerga um cenário animador.
Na análise de Marcelo Ciscato, diretor da Alias Tecnologia, desenvolvedora do software “E-Registro”, que faz a gestão, arquivamento e automação do registro eletrônico dos contratos de financiamento de veículos para empresas públicas e privadas, as quedas constantes estão atreladas a variações do mercado, pois o país ainda passa por um processo de assentamento da economia pós-pandemia da Covid-19.
“Essa instabilidade está intimamente ligada ao nosso crescimento. A economia funciona como um motor que precisa de várias peças para se mover, e se uma dessas peças está defeituosa o motor terá mais dificuldade para operar. Enquanto tivermos instabilidade, esses números vão flutuar”, analisa.
Cenário positivo para 2022
Para Fernando Weigert, diretor da Alias, o crescimento no acumulado de 2021 permite um vislumbre do que está por vir.
“No final do ano passado, vivemos um período de represamento repentino e drástico. Em 2021, apesar de ter sido também um ano desafiador, vimos até um pouco da saturação desse represamento, e muitos que adiaram a troca de carro agora o fizeram por termos um horizonte mais calmo. Por isso tivemos um aumento dos preços tanto de novos quanto de usados”, explica.
Para 2022, o especialista acredita que a economia reagirá no segmento de automóveis e financiamento.
“Vimos que o mercado de financiamento se manteve firme no quadro geral, mesmo com algumas quedas. Acredito que haverá uma normalização no segundo semestre de 2022 e estamos otimistas, pois vimos inúmeras vezes a força do nosso povo para superar crises. Se a economia se estabilizar, o mercado crescerá, pois é fato é que uma pessoa só adquire um financiamento quando tem mais segurança e boas perspectivas”, analisa.
Fonte: Meio Norte