Hospitais e UPAs (unidades de pronto atendimento) de todo país estão enfrentando superlotação e atendendo acima da capacidade máxima para dar conta de assistir os pacientes com síndromes gripais que buscam as unidades.Em meio ao apagão de dados de internações no país, a alta de casos pegou o SUS (Sistema Único de Saúde) desprevenido após a desabilitação de leitos e de unidades de atendimento por causa da redução dos casos de covid após a vacinação. Agora, em muitos municípios, leitos e locais de atendimento estão sendo abertos novamente para dar conta da demanda.
Segundo profissionais ouvidos pela reportagem, o cenário gerado pelo surto da Influenza H3N2 (tipo que não está incluído na vacina contra a gripe) e a circulação da variante ômicron está causando uma demanda similar à dos picos de covid, com a diferença de serem casos mais leves. “Estamos com os seguintes problemas: aumento da procura por atendimento, aumento do número de hospitalizações e perda da força de trabalho em função de doenças respiratórias”, sintetiza o médico e professor de pneumologia da UnB (Universidade de Brasília) Ricardo Martins.
Nordeste com problemas
Em Pernambuco, onde 8 pessoas já morreram de influenza nos primeiros dias deste ano, o estado abriu 378 leitos para casos de SRAG (síndrome respiratória aguda grave) em apenas 15 dias, sendo 150 de UTI —e que já estão praticamente ocupados.
Em Teresina, a semana encerrada no sábado passado teve um aumento de 76% nos atendimentos de casos de síndromes gripais. A demanda por testes RT-PCR para covid-19 subiu 56%.