A conversa de cerca de 50 minutos entre Alexandre de Moraes e Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto foi um passo importante na tentativa de apaziguar os ânimos entre os dois. Em um aceno pela paz, Bolsonaro deu de presente a Moraes uma camisa do Corinthians. O mandatário prometeu ao ministro comparecer à cerimônia de posse dele na presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Inicialmente, Moraes não tinha a intenção de entregar pessoalmente a Bolsonaro o convite para a posse. Interlocutores do presidente entraram em campo para dizer ao ministro que Bolsonaro gostaria de ir à posse, como demonstração de respeito à Justiça Eleitoral. No entanto, gostaria de ser convidado pessoalmente. Os emissários da mensagem foram os ministros Ciro Nogueira (Casa Civil), Paulo Guedes (Economia) e Fabio Faria (Comunicações).
Moraes considerou o gesto importante e decidiu ir na noite desta quarta-feira (10) ao Palácio do Planalto. Estavam na reunião também o ministro Ricardo Lewandowski, que será o vice-presidente do TSE, e José Levy, que será secretário-geral do tribunal.
Bolsonaro e Moraes protagonizaram atritos publicamente. O presidente já criticou o ministro em discursos e chegou a pedir o impeachment dele ao Senado. Moraes é o relator de inquéritos no STF que miram diretamente o presidente. Lewandowski também costuma ser criticado por Bolsonaro, por decisões judiciais tomadas em sentido oposto aos interesses do governo.