Os impactos da guerra afetam o bolso do brasileiro. A crise entre a Rússia e a Ucrânia, que dura 15 dias, desestabilizou o mercado de petróleo e levou a Petrobras a reajustar o preço da gasolina, do diesel e do gás de cozinha. Após dois meses sem aumentos, a estatal confirmou: a partir desta sexta-feira (11/3) os preços vão subir. O valor da gasolina para o consumidor final pode ficar mais caro R$ 0,54.
O preço médio do combustível para as distribuidoras passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro, aumento de 18,8%. Para o diesel, o preço médio passará de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro, alta de 24,9%.
O GLP, conhecido como gás de cozinha, também ficou mais caro. O preço médio de venda do GLP da Petrobras para as distribuidoras foi reajustado em 16,1% e passará de R$ 3,86 para R$ 4,48 por quilo, equivalente a R$ 58,21 por 13 kg.
“Apesar da disparada dos preços do petróleo e de seus derivados em todo o mundo, nas últimas semanas, como decorrência da guerra entre Rússia e Ucrânia, a Petrobras decidiu não repassar a volatilidade do mercado de imediato, realizando um monitoramento diário dos preços de petróleo”, afirma a estatal, em comunicado.
A companhia argumenta que os valores refletem parte da elevação dos patamares internacionais, impactados pela oferta limitada frente à demanda mundial por energia.
Mangueira de combustível com gasolina e cofre em formato de porco-Metrópoles
A alíquota do ICMS, que é estadual, varia de local para local, mas, em média, representa 78% da carga tributária sobre álcool e diesel e 66% sobre gasolina, segundo estudos da FecombustíveisGetty Images
O preço na bomba incorpora a carga tributária e a ação dos demais agentes do setor de comercialização, como importadores, distribuidores, revendedores e produtores de biocombustíveisGetty Images
A composição, então, se dá da seguinte forma: 27,9% – tributo estadual (ICMS); 11,6% – impostos federais (Cide, PIS/Pasep e Cofins); 32,9% – lucro da Petrobras; 15,9% – custo do etanol presente na mistura e 11,7% – distribuição e revenda do combustívelGetty Images
O disparo da moeda americana no câmbio, por exemplo, encarece o preço do combustível e pode ser considerado o principal vilão para o bolso do consumidor, uma vez que o Brasil importa petróleo e paga em dólar o valor do barril, que corresponde a mais de R$ 400 na conversão atual Getty Images
Mangueira de combustível com gasolina e cofre em formato de porco-Metrópoles
A alíquota do ICMS, que é estadual, varia de local para local, mas, em média, representa 78% da carga tributária sobre álcool e diesel e 66% sobre gasolina, segundo estudos da FecombustíveisGetty Images
“Mantemos nosso monitoramento contínuo do mercado neste momento desafiador e de alta volatilidade”, diz trecho do comunicado divulgado nesta quinta-feira (10/3).
O governo federal estuda forma de segurar os preços dos combustíveis. A equipe econômica avalia repassar o custo da alta do petróleo no mercado internacional para a estatal ou criar novo programa de subsídios.
O reajuste no Brasil ocorre em meio à reação em cadeia que a guerra causa no mundo. Os impactos na economia russa, por exemplo, indicam os efeitos globais que o conflito na Ucrânia tem gerado. Ao que tudo indica, vai doer no bolso.
Nas terras comandadas por Vladimir Putin, os preços estão em disparada, após uma série de sanções econômicas de países do Ocidente.
A inflação está em alta. O rublo, moeda oficial, extremamente desvalorizado. Isso sem abordar a crise no setor do petróleo com os embargos contra o óleo produzido no país.
Agências internacionais de notícias informaram nesta quarta-feira (9/3) que a inflação anual na Rússia acelerou para 9,15% em fevereiro, ante 8,73% em janeiro. É a maior alta em sete anos. O preço de pão, açúcar, gasolina e materiais de construção disparou.
Embargos
Se a guerra parece longe do fim, as sanções contra a nação comandada pelo presidente Vladimir Putin, não. Líderes de Reino Unido, Canadá e Holanda anunciaram “coalizão militar e econômica” contra a Rússia, que reclama de uma “guerra econômica”.
Nenhum conflito armado tem efeitos restritos ao front. Quando o assunto é economia, o mundo assiste à disparada do preço do petróleo e se preocupa. Os Estados Unidos proibiram a compra do petróleo russo com o objetivo de isolar Putin.
O preço do barril de petróleo bruto Brent subia mais de 4% nesta quinta-feira, com a negativa dos Emirados Árabes de aumentar a produção. O barril chegou a ser negociado a US$ 115,38.