O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, autorizou a abertura de um inquérito contra o senador Sergio Moro (União-PR) para apurar supostas irregularidades quando o parlamentar era juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba.
O magistrado atendeu um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), após apurações da Polícia Federal (PF) apontarem a necessidade de aprofundar as investigações sobre declarações do empresário e ex-deputado estadual do Paraná Antônio Celso Garcia, conhecido como Tony Garcia.
O caso remonta a um acordo de delação premiada firmado em 2004 por Garcia, após ele ser preso pela PF sob a acusação de gestão fraudulenta do Consórcio Nacional Garibaldi, em processo anterior à Lava Jato.
Garcia alegou que Moro deu “missões” que incluíam o uso de escutas ambientais e interceptações telefônicas. O parlamentar negou as acusações e classificou as alegações do empresário como “falsas”.
Em depoimento à PF, autorizado por Toffoli no ano passado, Garcia contou que as supostas chantagens teriam sido relatadas ainda em 2021 à juíza Gabriela Hardt, que substituiu Moro na 13ª Vara Federal.
As alegações, entretanto, foram encaminhadas ao Supremo somente no ano passado, por decisão do juiz Eduardo Appio, que assumiu a Lava Jato por curto período.