Nesta sexta-feira (19), data em que se celebra o Dia dos Povos Originários, muitas comunidades indígenas do Piauí ainda não possuem seus territórios regularizados e convivem com a incerteza em relação às áreas em que habitam.
Segundo informações do Instituto de Terras do Piauí (Interpi), existem atualmente 19 processos em tramitação no órgão para a regularização e titulação dos territórios de comunidades indígenas que vivem em áreas estaduais.
Como não ainda há áreas indígenas demarcadas pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) no estado, o cacique Henrique Manoel, da aldeia Tabajara em Lagoa do São Francisco, destaca a importância da titulação das terras.
“Esses territórios são muito importantes, porque nós ainda não temos nenhum território demarcado. Com a titulação, temos essa garantia da propriedade para podermos morar e trabalhar e morando. Isso é muito importante para nós”, disse o líder indígena.
Apesar de contabilizar a existência de 45 aldeias no Piauí, atualmente a Funai só reconhece como território indígena no estado a comunidade Kariri de Serra Grande, localizada no município de Queimada Nova.
Atualmente o estado possui três áreas indígenas tituladas, contemplando um total de 500 famílias em Lagoa do São Francisco, Piripiri e Queimada Nova. A previsão do Interpi é concluir a regularização de uma comunidade em Baixa Grande do Ribeiro em breve.
“Temos um compromisso com a regularização fundiária e proteção dos direitos dos povos tradicionais. Isso é fundamental para garantir a preservação da cultura e o modo de vida dessas populações”, afirma Rodrigo Cavalcante, diretor-geral do órgão.
De acordo com os primeiros resultados do Ceso 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Piauí conta com 7.202 pessoas indígenas. Deste total, cerca de 98% residem fora de terras indígenas.
Fonte: cidadeverde