Pelo menos 50,36% dos domicílios do Piauí têm como chefe a figura da mulher. É isto o que revela o Censo Demográfico 2022 sobre a Composição Familiar cujos dados foram divulgados hoje (25) pelo IBGE. Esse crescimento na quantidade de mulheres chefiando os lares se deu ao longo dos últimos 12 anos. Em comparação com 2010, data do último Censo Demográfico até então, as mulheres eram responsáveis por 38,75% dos domicílios piauienses. O aumento em pouco mais de uma década foi de 11,51 pontos percentuais.
Hoje, o número de domicílios chefiados por mulheres no Estado supera inclusive o de domicílios chefiados por homens. Em 2010, por exemplo, eles estavam à frente da administração em 61,15% dos lares. Em 2022, representavam, no entanto, somente 49,64%, ou seja, menos da metade dos domicílios piauienses.
O Piauí seguiu a tendência brasileira no crescimento da participação feminina entre os responsáveis pelos domicílios, mas a nível nacional, elas continuam sendo minoria na chefia dos lares. O IBGE aponta que em 50,87% do total de domicílios mapeados, os homens ainda exercem uma função de liderança administrativa ao passo que a proporção de domicílios chefiados por elas é de apenas 49,13%.
Com mais da metade dos domicílios sendo comandados por mulheres, o Piauí ocupa a décima colocação no ranking nacional em quantidade de lares chefiados por figuras femininas. A liderança é do Estado de Pernambuco, que possui 53,87% de seus lares administrados por elas. Em seguida aparecem Sergipe, com 53,13%; Maranhão, com 52,98%; e o Amapá, com 52,88%. Rondônia é o Estado brasileiro com a menor proporção de mulheres no comando (44,29%).
A analista do IBGE, Luciene Longo, explica que os dados revelam ser o Nordeste a região do Brasil onde há maior concentração de mulheres no comando dos lares. “Por outro lado, os menores percentuais estão pulverizados em estados das regiões Norte, como Rondônia, e da região Sul, como Santa Catarina. Percebe-se, de uma forma geral, que as unidades da Federação acompanharam o movimento do país com o aumento da proporção de unidades domésticas com responsáveis do sexo feminino”, explica.
Mas em termos de conformação familiar, o IBGE também analisou no Censo 2022 a constituição dos domicílios e constatou que no Piauí, quase 3 mil são formados por cônjuges do mesmo sexo. O número exato de lares constituídos por casais homoafetivos no Estado é 2.697, o que em números percentuais representa apenas 0,25% do total de domicílios. Esta é a menor proporção do país.
Em contrapartida, o IBGE demonstrou que em 60,71% dos domicílios piauienses, a família era constituída por cônjuges de sexos diferentes. Os dados revelam que a quantidade de lares com casais heteroafetivos diminuiu enquanto que a de lares com casais homoafetivos aumentou no período de 12 anos, entre o Censo 2010 e o Censo 2022.
Mas o que chamou a atenção foi a quantidade de lares piauienses onde não havia a existência de cônjuges ou onde o responsável pelo domicílio poderia viver sozinho ou na companhia de filhos, netos, pais, outros parentes ou até agregados. De acordo com o IBGE, 39,04% dos lares do Piauí se encaixam nesta classificação.
Piauí tem mais pessoas morando sozinhas
Homens e idosos. É este o perfil dominante das pessoas que moram sozinhas no Piauí, segundo o Censo Demográfico 2022 do IBGE. Os números apontam que a proporção de pessoas em lares chamados de unipessoais chega a 158.756. Isso representa 14,81% do total de domicílios do Estado. O número é quase do dobro doa 76.695 domicílios unipessoais que o Piauí tinha em 2010.
A quantidade de pessoas morando sozinhas no Piauí é maior conforme se avança a faixa etária. A menor proporção de pessoas morando só está no grupo dos 17 anos (0,21% dos domicílios). Por sua vez, a população de 60 anos ou mais é a que representa a maior proporção entre os que moram sozinhos em seus domicílios ou 41,60% do total de domicílios unipessoais.
Para Luciene Longo, isso está relacionado com o envelhecimento da população piauiense. “As pessoas idosas apresentam maior chance de morarem sozinhas em razão de diversos acontecimentos do ciclo de vida, seja em relação à morte do companheiro ou da companheira, de divórcio, e da saída dos filhos dos domicílios. Essas são características importantes que ajudam a explicar o fato dos responsáveis dessa faixa etária ter tantos representantes entre os moradores de unidade unipessoais”, detalha a analista do IBGE.
A maior das pessoas morando sozinhas no Piauí é do sexo masculino: 86.402 homens vivem só em seus domicílios no Estado ou 54,42% do total de domicílios unipessoais. Por sua vez, as mulheres morando sozinhas somam apenas 72.354 pessoas vivendo só ou 45,58% do total de domicílios unipessoais do Estado.
Fonte: portalodia