A última atualização da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos Estados Unidos revelou que o La Niña deve continuar nos próximos meses, mas tem data para acabar. Na última semana, a agência climática norte-americana indicou que o fenômeno seguirá durante a primavera e verão do hemisfério sul com fim previsto a partir de março, dando início ao período de transição.
A probabilidade de ocorrência do fenômeno neste trimestre de novembro a janeiro de 2023 está atualmente acima de 90%, e a perspectiva é que as chances comecem a cair consideravelmente: de dezembro a fevereiro, recua para 76%, e entre janeiro e março, cai abaixo de 60%. A partir de então, a NOAA estima um período de transição para a neutralidade climática.
A notícia é monitorada por agricultores que esperam ter no clima um parceiro para safra farta, depois do La Niña ter contribuído nas últimas safras com estiagens que geraram perda na produção do Centro-Sul do Brasil. A Companhia Nacional de Abastecimento está otimista e prevê baixo impacto de condições climáticas projetando atualmente mais de 313 milhões de toneladas para a temporada 22/23.
O La Niña costuma gerar mais chuvas no norte e menos chuvas no sul do Brasil. Para o inverno do próximo ano, a tendência é de continuidade da neutralidade climática. Porém, o alerta é que a partir do próximo ano, o El Niño comece a ganhar espaço. As primeiras indicações projetam o fenômeno entre junho e agosto de 2023. Ainda é cedo para dizer que teremos a incidência do El Niño, já que estamos falando de uma previsão climática muito à frente. De toda forma, parece que logo o La Niña perderá fôlego e alguns agricultores renovarão a esperança de o fenômeno não castigar as produções de alimentos por aqui. Seguiremos monitorando.