O Instituto de Saneamento Básico do Piauí (ISBPI) anunciou um importante passo na gestão de resíduos sólidos. Em entrevista ao Jornal O Dia, o Diretor-Geral da entidade, Magno Pires, informou que será realizada a instalação de uma usina biomecânica no estado. O novo equipamento, previsto para começar a operar em 2025, será instalado em Piripiri e tem como objetivo transformar o lixo em recursos úteis, contribuindo para a melhoria do saneamento básico no estado.
A decisão de implementar a usina biomecânica surge em um contexto em que a capital do Piauí, Teresina, tem mostrado avanços na coleta e tratamento de esgoto. Segundo o estudo “Avanços do Novo Marco Legal do Saneamento Básico no Brasil – 2024”, publicado pelo Instituto Trata Brasil, a cidade registrou um aumento de 5,92% no tratamento de esgoto entre 2018 e 2022, a segunda maior evolução no Nordeste. Puxados pela elevação da capital, os índices estaduais também registraram elevação. No tratamento de esgoto, o Piauí evoluiu 5,05%, enquanto na coleta de esgoto o estado teve uma elevação de 5%.
Apesar dos avanços, o Piauí ainda enfrenta desafios em relação ao saneamento básico. Magno Pires destaca a necessidade urgente de melhorias na infraestrutura de saneamento. “Um dos maiores entraves ao desenvolvimento do Piauí é a falta de saneamento básico. O lixão produz um produto chamado chorume, que contamina a água e mata toda e qualquer espécie de ser vivo”, afirmou.
Segundo Pires, a usina biomecânica a ser instalada em Piripiri será uma fundamental para enfrentar os problemas de gestão de resíduos no estado. Além de reciclar, a usina também ajudará a reduzir a emissão de poluentes.
Estamos trazendo uma usina que aproveita integralmente o lixo. Esse lixo, que na verdade é uma riqueza, será transformado em tijolos, canos para irrigação e outros materiais úteis”. Magno Pires Diretor-Geral do ISB-PI
A usina fará parte do consórcio Meio-Norte, que abrange 15 municípios na região dos Cocais. A prefeita de Piripiri, Jôve Oliveira, lidera o consórcio, e a licitação para escolher a empresa responsável pela construção e operação da usina está em andamento. “A usina vai ajudar a reaproveitar o lixo diário e também o passivo, que são os lixões antigos. Isso representa um grande avanço na gestão de resíduos do estado”, destacou.
Magno Pires ressaltou ainda que o estado ainda precisa resolver problemas críticos relacionados ao saneamento básico. “O Piauí enfrenta desafios graves, como a falta de água potável e a cobertura insuficiente de esgoto. Enquanto não resolvermos esses problemas, o desenvolvimento do estado continuará comprometido”, concluiu Pires.