O Brasil recebeu quase 9 milhões de doses da vacina bivalente contra Covid. A vacina bivalente da Pfizer que começou a chegar ao Brasil no dia 9 de dezembro marca uma nova fase na luta contra o Coronavírus. Ela protege contra a variante Ômicron original e a variante BA.1.
O Ministério da Saúde diz que também encomendou vacinas contra as variantes BA.4 e BA.5, mas não informou exatamente quando elas estarão disponíveis. Ao todo, a Pfizer deve entregar nas próximas semanas 36 milhões de doses.
“A vacina foi aprovada como dose de reforço, ou seja, a pessoa precisa ter concluído a vacinação inicial ,e a faixa de idade aprovada para utilização da vacina bivalente é a partir de 12 anos de idade”, explica o gerente-geral de produtos biológicos da Anvisa, Fabricio Carneiro de Oliveira.
A dúvida, agora, é como o imunizante será usado. O Ministério da Saúde disse que “as orientações sobre a distribuição, a aplicação das vacinas e o público-alvo serão publicadas em uma nota técnica nos próximos dias”.
A epidemiologista Denise Garrett diz que o governo federal já deveria ter se antecipado em determinar os grupos prioritários para receber as vacinas de segunda geração, como idosos e pessoas com comorbidades.
“O ideal seria que tivesse a vacina disponível para todos que há a recomendação que tomem a vacina, e se não há vacina disponível que pelo menos já se tivesse essa priorização para acelerar o processo”, aponta Denise Garrett, vice-diretora do Sabin Institute.
Enquanto as novas vacinas não chegam aos postos de saúde, a recomendação é para que as pessoas continuem se vacinando normalmente, com os imunizantes que estiverem disponíveis. Menos de 60% da população com 12 anos ou mais receberam a dose de reforço.
A infectologista Rosana Richtmann avalia que esse percentual deveria ser maior.
“Os estudos todos mostram que nós estamos ainda sim protegidos mesmo com essas vacinas originais, desde que a gente faça pelo menos o esquema básico, que a gente considera as duas primeiras doses, que são as doses primárias, e um reforço pelo menos. Mas esses 40% que está faltando a dose de reforço, leia-se terceira dose, faz uma tremenda diferença. Então para gente conseguir ter uma vida com menos impacto dessa pandemia no nosso dia a dia deve-se fazer esse reforço”, explica Rosana Richtmann, diretora do Comitê de Imunização da SBI.