A passagem do Fluminense-PI pela cidade de Pedro II, em amistoso festivo disputado em agosto, serviu de experimento para um projeto que deve ser executado pelo clube em 2023. Após ser abraçado pelo público local em evento pontual no calendário, o Vaqueiro viu uma oportunidade: solicitou à Federação de Futebol do Piauí (FFP) para mandar parte de seus jogos no Campeonato Piauiense na Arena do Guerreiro.
O Tricolor revelou que pretende captar, acima de tudo, novos torcedores com a ação. A ideia de levar o Fluminense-PI a Pedro II partiu de João Vicente Claudino, presidente de honra do clube.
De acordo com Vicente Medeiros, executivo de futebol do Fluminense-PI, a intenção é atuar inicialmente como mandante, em Pedro II, em confrontos contra equipes do Norte do estado, como 4 de Julho, Ferroviário-PI e Parnahyba. Por outro lado, a Prefeitura de Pedro II informou que trabalha para liberar o estádio até mesmo para a Série D do Brasileiro.
O principal objetivo desta estratégia, segundo Medeiros, é iniciar um plano de fortalecimento da marca do clube pelo interior do estado e ampliar, de quebra, a capilaridade tricolor na busca por talentos da base.
– O João Vicente quer interiorizar o Fluminense-PI e desenvolver um trabalho com escolinhas. Não é só jogar, é dar um trabalho de volta também. Trouxemos dois meninos de Pedro II depois desse amistoso. É abrir esse espaço – comentou Vicente Medeiros.
Depois conquistar o acesso à elite do futebol local, o Fluminense-PI despertou discreto interesse de público em Teresina e conviveu com poucos torcedores na temporada em que conquistou seu inédito título estadual.
No Piauiense, o clube acumulou cerca de 3.500 pagantes durante todo o torneio. Na primeira fase, o Vaqueiro teve média de apenas 187 torcedores por jogo.
De acordo com Vicente Medeiros, cerca de 5 mil pessoas assistiram à derrota do Fluminense-PI, por 2 a 1, no amistoso contra uma seleção de Pedro II realizado no dia 21 de agosto. O interesse do público local chamou atenção, segundo o dirigente.
– Fizemos um teste no amistoso. O estádio deu 5 mil pessoas para ver o Fluminense-PI no mesmo dia de Palmeiras e Flamengo (pela 23ª rodada do Brasileirão). Este jogo contra o ABC pela Copa do Brasil sub-20, por exemplo, poderia ter rendido público e renda para o clube, era com portões abertos. Se fosse lá… – destacou Vicente Medeiros.
Até concretizar o projeto, o Fluminense-PI terá que contar com apoio político fora de campo. A federação de futebol local visitou o estádio de Pedro II, há uma semana, para avaliar as adequações necessárias para a Arena do Guerreiro receber jogos.
O Estatuto do Torcedor exige que estádios de futebol obrigatoriamente tenham aprovados seus laudos de engenharia, segurança, vigilância sanitária e do Corpo de Bombeiros para receber público e comercializar ingressos. Prefeitura e FFP informaram que estão viabilizando a documentação exigida. Existe um forte otimismo para que o estádio seja usado no estadual.
Em 2023, o Fluminense-PI disputará sete partidas como mandante na primeira fase do Piauiense, que terá oito clubes. Apesar da estratégia fora da capital, a diretoria tricolor informou que pretende jogar uma eventual semifinal e final em Teresina.
Além do estadual, o atual campeão piauiense disputará a Copa do Nordeste, Copa do Brasil e Série D. Os torneios ainda não têm data para começar.