Com a alta no número de casos de covid-19, as dúvidas sobre como fazer um teste para saber se está com o vírus também voltaram a aparecer. Para não errar e apostar as fichas em um falso negativo, fique de olho na janela de realização do exame, esteja você com ou sem sintomas.
Lembrando que existem duas situações que pedem um teste para diagnosticar ou descartar a covid-19.
A primeira delas é quando você está com dois ou mais dos sintomas típicos da doença, conforme a lista abaixo:
- Febre
- Tosse
- Cansaço
- Perda de paladar ou olfato
- Dor de garganta
- Dor de cabeça
- Dor no corpo
- Diarreia
- Irritação na pele ou nos olhos
Neste caso, o ideal é ficar em isolamento, mesmo antes de feito o teste ou caso não consiga realizar o exame por falta de disponibilidade.
A segunda é quando você teve contato próximo com alguém que está com suspeita ou já recebeu o diagnóstico de covid-19.
Se você não manifestou sintomas, use máscara de qualidade e evite contato com integrantes de grupos risco por 10 dias, orienta o infectologista Moacyr Silva Junior, do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.
Quando cada tipo de teste deve ser feito
PCR: este teste é considerado o mais eficiente para diagnosticar a covid-19, porque detecta material genético do vírus na amostra em tempo real. Por isso, é indicado para quem precisa ter certeza de que não está contaminado e ainda não apresentou sintomas. No entanto, é um exame mais caro, cujo resultado é enviado por um laboratório especializado —o que pode demorar até 72 horas.
A coleta, por meio do swab nasal, deve ser feita até oito dias depois do primeiro sintoma. Neste caso, a precisão é de mais de 90% de precisão, com raríssimo falso positivo.
Quando não houve sintomas, o ideal é contar exatos cinco dias após o último contato com a pessoa que descobriu estar infectada, diz Alberto Chebabo, diretor do Hospital Clementino Fraga Filho, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e gerente de relacionamento médico da Dasa. “Considere este encontro como o dia zero.”
Se não respeitar essa janela, o risco de um falso negativo é maior.
Em casos de de síndrome gripal (SG) ou síndrome respiratória aguda grave (SRAG) na fase aguda da infecção, a coleta deve ser feita o mais precocemente possível. Para pacientes graves hospitalizados, a coleta pode ser feita até o 14º dia do início dos sintomas.
Antígeno: também chamado de “teste rápido”, ele pode ser feito diretamente nas unidades de saúde ou em farmácias, por meio de swab nasal. É indicado para quem teve sintomas, pois detecta o vírus quando está contaminando.
Para evitar um falso negativo, faça o teste na fase aguda da doença, ou seja, do 1º ao 7º dia em pessoas com sintomas.
Quem não teve sintomas, mas teve contato com pessoas contaminadas, pode fazer o teste a partir do 5º dia do encontro. Como o teste não dá falso positivo, ele serve para confirmar a infecção —mas não descartá-la.
A vantagem aqui é que o teste de antígeno fica pronto em até 30 minutos. A desvantagem é que, se a carga viral for baixa, o risco do falso negativo é grande.
Autoteste: funciona da mesma maneira que o teste antígeno, a diferença é que você compra na farmácia e faz em casa, por conta própria. O chamado método imunocromatográfico, que indica a presença ou não de um antígeno por meio de cor, vem em um formato que lembra um teste de gravidez.
É o teste mais barato disponível. Por ser feito por uma pessoa leiga, é fundamental que todas as instruções sejam seguidas. O resultado aparece em poucos minutos.
Deu negativo, o que fazer?
Moacyr Silva reforça que é muito raro um falso positivo nos testes. Então caso o resultado seja afirmativo no exame de antígeno, você não precisa fazer um PCR depois para confirmar o diagnóstico.
Quando o autoteste ou o teste antígeno dão negativo e há sintomas, o certo é complementar com o PCR ou manter o isolamento de qualquer maneira.
Se o PCR deu negativo, você pode estar com gripe, uma vez que vivenciamos uma epidemia de influenza, sinusite ou outra doença respiratória.