Segundo a Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, não é possível atribuir a morte da jovem à vacinação
Isabelli Borges Valetim, 16 anos, desejava conhecer a Disney, presente que sua mãe, Cristiane Borges, lhe daria quando a adolescente completasse a vacinação contra a covid-19 — um pré-requisito para viajar. Entretanto, poucos dias depois de receber a primeira dose do imunizante da Pfizer, ela morreu vítima de “choque cardiogênico”, “infarto agudo” e “anemia severa”. As causas estão em seu atestado de óbito emitido no dia 2 de setembro.
Cristiane conversou com Oeste e relata que a filha não tinha comorbidades e era saudável. “Ela não tinha nada”, afirmou a mãe. “Ela estava super bem, tomou a vacina e, de repente, ficou sem cor, com muita dor de cabeça e não conseguia ficar acordada. Ela andava um pouquinho e sentia falta de ar”.
As duas moravam em São Bernardo do Campo (SP). A aplicação do imunizante foi realizada em 25 de agosto. No dia 27, Cristiane levou a filha ao hospital São Bernardo, onde a medição da saturação de Isabelli chegou a 77. O médico teria dito que a garota estava bem, que deveria voltar para casa e retornar em caso de piora.
No dia seguinte, Isabelli passou mal quando tentou tomar banho. Cristiane levou a filha às pressas até o Hospital Sagrado Coração, também em São Bernardo. No local, o quadro de saúde da menina se agravou. A adolescente desmaiou durante o atendimento médico e passou para um leito semi-intensivo. Depois, a paciente foi transferida para o Hospital e Maternidade Vidas.
Segundo Cristiane, os exames realizados no local constataram que Isabelli estava com a oxigenação do corpo em 30% e as plaquetas baixas. A equipe teria entrado com transfusão de sangue para tentar estabilizá-la. A jovem teve convulsões, chegou a ser entubada, mas não resistiu e morreu depois de duas paradas cardíacas.
O que diz a Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo
Por meio de nota informativa publicada nesta sexta-feira, 17, a respeito do caso, a Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo (SES) informou que o “quadro clínico e os exames complementares sugerem Púrpura Trombótica Trombocitopênica (PTT). A PTT é uma doença rara e grave, normalmente sem uma causa desencadeante conhecida. Apesar da relação temporal com a vacinação, não há como atribuir relação causal entre PTT e a vacina covid-19 de RNAm”. Portanto, “não é possível atribuir diretamente a doença e óbito à vacinação”, informa a nota da SES.